"UMA MENTE EXPANDIDA PELO CONHECIMENTO JAMAIS RETORNA AO SEU TAMANHO ORIGINAL"

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sábado, 28 de setembro de 2013

ZOROASTRISMO, A PRIMEIRA RELIGIÃO MONOTEÍSTA

Como já citado em posts anteriores, algumas lendas, que muitos acreditavam serem originarias da Bíblia judaico cristã, são na verdade compilações de textos muito mais antigos, por exemplo dos textos sumérios com 6.000 anos, a Epopeia de Gilgamesh, temos quase todo o Gênesis, com a criação do homem, diluvio, arca de Noé.
 Do Livro dos mortos egípcio, temos os 10 mandamentos, que no original era, eu não matei, eu não roubei, etc..., entre diversas outras passagem.
Nesse bojo temos a primeira religião monoteísta da história, o Zoroastrismo, que viria a influenciar as três maiores religiões da atualidade, o judaísmo, o islamismo e o cristianismo.
A noção de bem versus mal, um ser supremo que é desafiado por um inimigo poderoso, a personificação do mal, que tenta os homens e os leva a se corromperem, que é sinônimo de ganância, de trevas, a ideia de livre-arbítrio, na salvação e ressurreição, em anjos da guarda, o juízo final, onde retornarão ao paraíso os escolhidos, com punição para os maus, e recompensa para os bons, todas são originárias do Zoroastrismo.

O diabo existe?                              Deus existe?
AHURA MAZDA VS ANGRA MAINYU
Zaratustra Spitaman (mais conhecido na aliteração grega do nome para Zoroastro), a “Religião da Boa Consciência”.



Zoroastro viveu na Ásia Central, num território que compreendia o que é hoje a parte oriental do Irã e a região ocidental do Afeganistão.
Concebeu então, um Deus único, criador do Universo, a quem deu o nome de Ahura Mazda, por conseguinte, a religião respectiva passaria a chamar-se “mazdeísmo”.
Um só Deus, o Criador, Ahura Mazda, a divindade suprema, para os cristãos, ele é o pai e para os muçulmanos, Allah. Em todos os casos ele encarna e é a fonte de tudo que é bom.
Em contrapartida, Ahura Mazda, e seus anjos, travam uma batalha dentro de cada pessoa contra o princípio do mal, Angra Mainyu, por sua vez acompanhado de entidades malignas, o Mau pensamento, a mentira, a rebelião, o mau governo, a doença e a morte.
Angra Mainyu
A grande questão do bem e do mal, colocada por Zoroastro, se resolve dentro da mente humana. O bom pensamento cria e organiza o mundo e a sociedade, enquanto o mau pensamento faz o contrário. Esta opção é feita no dia-a-dia da pessoa e ninguém pode fazer uma opção definitiva, pois este é um processo dinâmico e progressivo.
 
"Há dois espíritos contrários no
 pensamento, na palavra na ação.
 Um escolheu o bem, o outro o mal;
 um mostra a vida, o outro, a morte.
 Assim fizeram desde o tempo do
 primeiro homem,
 assim farão até o fim do mundo."
 (AVESTA - Yasna XXX)

Zoroastro aos trinta anos, enquanto participava num ritual de purificação num rio (notem a semelhança com o rio onde João batista efetuava a purificação),

 viu um ser de luz que se apresentou como sendo Vohu Manah ("Bom Pensamento") e que o conduziu até à presença de Ahura Mazda e de outros cinco seres luminosos (anjos), os Amesha Spentas, sendo este o primeiro de uma série de encontros com Ahura Mazda, que lhe revelou a sua mensagem.
O principal documento que nos permite conhecer a vida e o pensamento religioso de Zoroastro são os Gathas, dezessete hinos compostos pelo próprio Zoroastro e que constituem a parte mais importante do Avesta ou livro sagrado do zoroastrismo.
Seus sacerdotes, os Magi (sábios ou magos, como citados no Evangelho Apócrifo Armenio da Infância, os três Reis Magos vindos do oriente), eram vegetarianos, reencarnacionistas, espiritualistas e conheciam muito bem a astrologia.
 
Para entender melhor esta religião, precisamos estudar a estrutura social da época: os persas estavam divididos em três classes; os sacerdotes, os guerreiros e os camponeses. Os Ahuras (“senhores”) eram venerados apenas pela primeira classe, Mithra era um Ahura venerado na classe dos guerreiros; e os camponeses possuíam seus próprios deuses da fertilidade.
As autoridades civis e religiosas opunham-se às doutrinas de Zoroastro. Após doze anos de pregação, Zoroastro abandonou a sua região natal e fixou-se na corte do rei Vishtaspa na Báctria (região que se encontra no atual Afeganistão). Este rei e sua esposa, a rainha Hutosa, converteram-se à doutrina de Zoroastro e o zoroastrismo foi declarado como religião oficial do reino.
Zoroastro teve também o seu nascimento sobrenatural. A glória de Ahura Mazda transmitiu-se à jovem que veio a ser sua mãe, com 15 anos de idade. Inúmeras maravilhas se realizaram com a jovem. 
A anunciação de Maria
Na conversação, quando menino, Zoroastro já manifestava sua sabedoria, maravilhando a todos pela sua inteligência poderosa, face as outras crianças da mesma idade.
Zoroastro foi tentado por Angra Mainyu (espírito mal) ao iniciar seu ministério, ele tentou dissuadi-lo do seu propósito. Assemelhando-se a Jesus (Yeshua) ao iniciar seu ministério foi conduzido ao deserto aonde foi tentado pelo diabo, mas o venceu.
Quanto a datação da Dispensação Zoroástrica existe muitas controvérsias, os acadêmicos têm situado a sua vida entre 1750 e 1000 a.C..
As fontes gregas não são suficientes para precisarmos uma data, pois Heródoto praticamente ignora a existência de Zoroastro. Platão, em sua obra Alcebíades, o cita, no entanto sem consistência história porque chega a compará-lo com Zervan (o Tempo).
Tomando como base a mitologia supunha-se que Zoroastro vivera não menos que 1200 a.C.. Depois de um século, o rei Sargão II mencionava príncipes medas em uma inscrição datada de 713 a.C.
O mais provável seja que ele viveu na formação do II Império Babilônico (606-538 a.C.). Considerando que Zoroastro viveu 77 anos, seu nascimento teria ocorrido no ano 607 a.C.. Admitindo esta hipótese Zoroastro foi contemporâneo de dois grandes reis da Babilônia Nabucodonosor e Nabonido, pai de Baltazar que pereceu com a queda da Babilônia no ano de 539 a.C..
Todavia se considerarmos o texto dos Gathas (parte do Avesta – texto sagrado Zoroástrico) localizaríamos o Profeta no princípio do primeiro milênio a.C logo muito antes do imperador persa Ciro, o Grande (539 a. C.).

TEXTOS BÍBLICOS

O livro de Jó foi escrito depois do Exílio Babilônico. O povo judeu, tendo retornado a Israel com a permissão de Ciro, rei persa, no ano 538 a.C, assimilou muitos costumes dos persas.
 Isto ocorreu devido à simpatia e apoio que receberam do rei, que inclusive permitiu a construção do Segundo Templo judaico e ainda devolveu muitos de seus tesouros, que haviam sido roubados, ao longo da história um dos poucos reis que não perseguiram os judeus.
Os judeus assimilaram a crença um Ahriman, um diabo pessoal, que, em hebraico, eles chamaram de SATAN, por isso, o seu aparecimento na Bíblia só ocorre no livro de Jó e nos outros livros escritos após o exílio Babilônico, do ano 538 a.C. para cá. Nestes livros já aparece a influência do Zoroastrismo persa. Observe ainda que a tentação de Adão e Eva é feita pela serpente e não por Satanás, demonstrando assim que o escritor do Gênesis não conhecia Satanás.
Os sábios judaicos, interpretando o Eclesiastes 10:11, afirmam que, na verdade, a cobra que seduziu Adão e Eva era o Anjo Samael, que apareceu na terra sob a forma de serpente. Ele, que é conhecido como o "dono da língua", usou sua língua para seduzir Adão e Eva ao pecado. O poder do mal está em sua língua.

Uma outra observação interessante é que o livro de Samuel foi escrito antes da influência persa no ano de 622 a.C. e, no II livro de Samuel em seu capítulo 24:1, você lê com relação ao recenseamento de Israel o seguinte: "A cólera de IAHVÉH se inflamou novamente contra Israel e excitou David contra eles, dizendo-lhe: Vai recensear Israel e Judá".
Agora veja esta mesma passagem no I livro das Crônicas, que foi escrito no começo do ano 300 a.C, portanto, já sob a influência do Zoroastrismo persa, com o já conhecimento de Ahriman/Satanás. No capítulo 21:1 desse livro está escrito: "e levantou-se Satã contra Israel, e excitou David a fazer o recenseamento de Israel". Portanto, o que era IAHVÉH no livro de Samuel aparece agora no livro das Crônicas como SATANÁS (Confira em sua Bíblia).
Passa a existir a partir daí, "uma lenda" entre o povo judeu de que Satanás é considerado como o rei dos demônios, que se rebelara contra Deus sendo expulso do céu. Ao exilar-se do céu, levou consigo uma hoste de anjos caídos, e tornou-se seu líder. Afirmam ainda que esteve por trás do pecado de Adão e Eva, no Jardim do Éden, mantendo relação sexual com Eva, sendo portanto, pai de Caim. Ajudou Noé a embriagar-se com vinho e tentou persuadir Abraão a não obedecer a Deus no episódio do sacrifício do seu filho Isaac.
O conceito do "inferno" para os pecadores também não fazia parte da tradição dos judeus.  Ele se desenvolveu na Bíblia, a partir do período de Daniel.
No judaísmo esperava-se uma Messias, haviam profecias que indicavam sua vinda. Mas este Messias viria para salvar a nação judaica na concepção do judaísmo; e na concepção do Cristianismo veio para salvar a humanidade. Jesus Cristo profeta do Cristianismo não foi aceito como Messias para os judeus, ambas lendas sob influência do Zoroastrismo.

No Zoroastrismo, rezavam perante uma chama de fogo onde através de orações invocam a sabedoria de Ahura Mazda.

A MORTE

Zoroastro teve muitos problemas em tentar implementar a religião monoteísta, tentando se opor aos sacerdotes de Mithra e os sacrifícios sangrentos dos touros. Foi assassinado por sacerdotes de Mithra no templo de Balkh, faleceu aos setenta e sete anos.
 
Grandes reis da Pérsia, como Ciro e Dario, eram devotos zoroastras. Havia até 50 milhões de fiéis no império que se estendia da Grécia até a Índia, segundo estimativas.
 A tranquilidade acabou com a invasão da Pérsia pelo Exército do conquistador macedônio, Alexandre, o Grande, que levou o império ao colapso, no ano 330 a.C..
 
Desde então, zoroastras foram perseguidos e discriminados, tanto por cristãos como por muçulmanos no rastro das invasões e reconquistas que moldaram o Oriente Médio e a Ásia.
Não bastassem os massacres e as conversões forçadas a outras religiões, a pulverização da comunidade e a facilidade de casamento inter-religioso selaram a queda dos efetivos.
Antes da revolução islâmica, em 1979, havia cerca de 300 mil zoroastras no Irã. Boa parte fugiu para os EUA temendo perseguição. Três décadas após esse tumultuado período, os zoroastras iranianos hoje praticam sua fé em razoável liberdade.

sábado, 27 de julho de 2013

IMHOTEP, O SÁBIO


Seu nome foi esquecido por milênios, somente com a tradução da Pedra de Roseta, por Jean François Champollion, que ressurgiu do anonimato.

 
(A pedra foi descoberta por tropas Napoleônicas, entretanto o exército inglês se apoderou, mantendo-a na Inglaterra no museu britânico até os dias atuais)
 Entretanto, devido as diversas qualidades a ele atribuídas, sendo Imhotep um plebeu, consideraram na época, uma mera lenda. Somente confirmada com a descoberta de sua estátua, no início do século XX, a qual confirmou a existência e a grandiosidade das lendas sobre Imhotep.


Por culpa dessa descoberta tardia, é que erroneamente foi dado a Hipócrates o título de “pai da medicina”, sendo que Imhotep, dois milênios antes já realizava curas e procedimentos médicos.
Hipócrates ( * 460 a.C. em Kós; † 370 a.C. em Tessália

"Eu juro, por  Apolo médico, por EsculápioHigeia e Panaceia, e tomo por testemunhas todos os deuses e todas as deusas, cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue..."
I-em-htp em egípcio,  século XXVII a.C.,  2655-2600 a.C.), foi o responsável pela construção da primeira pirâmide do Egito, a pirâmide de degraus de Djoser, em Saqqara, com seis enormes degraus, e que atinge aproximadamente 62 metros.



A primeira pirâmide era formada por degraus, que nada mais eram que mastabas empilhadas (mastaba, palavra que provém do árabe maabba, "banco de pedra" ou "lama", dependendo do autor, que por sua vez vem do aramaico misubb, podendo ter origem persa ou grega).



"O chanceler do rei do Baixo Egito, O primeiro depois do rei, o administrador do grande palácio, o nobre hereditário, o sumo sacerdote de Heliópolis, o carpinteiro, o escultor, o fabricante de recipientes em pedra".Escritura ao lado dos pés do Faraó Djoser, em Saqquara.

Além de arquiteto, também foi médico, mago, astrólogo, escritor, filosofo.


Os gregos ao terem contato com o  Egito, se deslumbraram com a lenda de Imhotep, e  o chamaram de Asclepius (Esculápio), para marcar os seus feitos como médico, também o chamaram de Hermes Trismegistos, três vezes grande, por suas qualidades como Filósofo e Astrológo, já que revelou as bases de como o Universo funcionava.

Hermes Trismegisto ("Hermes, o três vezes grande") é o nome dado pelos neoplatônicos, místicos e alquimistas ao deus egípcio Thoth (ou Tahuti), identificado com o deus grego Hermes. Ambos eram os deuses da escrita e da magia nas respectivas culturas.

Esculápio  é o deus da Medicina e da cura da mitologia greco-romana. Esculápio nasceu como mortal, mas depois da sua morte foi-lhe concedida a imortalidade, transformando-se na constelação Ofiúco.

Imhotep foi um dos poucos mortais a serem ilustrados como parte de uma estátua de um faraó. Foi um de um grupo restrito de plebeus a quem foi concedido o status divino após a morte; o centro de seu culto era Mênfis.

A partir do Primeiro Período Intermediário Imhotep também passou a ser reverenciado como poeta e filósofo. Suas palavras eram mencionadas em poemas.

Como escritor, era considerado um dos maiores escribas e escreveu tratados de medicina e de astronomia e uma obra de provérbios que, infelizmente, não foi encontrada pelos arqueólogos. Quando se tornou lendário, os escribas lhe prestavam homenagem derrubando algumas gotas de seu godé em honra do antigo escrevente antes de começarem seu trabalho.


Segundo Platão, a história sobre a Atlântida,  que foi contada a Sólon pelos sacerdotes egípcios, é da época de Imhotep, astrólogo e astrônomo. (Há teorias que citam Imhotep como um dos poucos sobreviventes de Atlantida, por isso seus dotes em inúmeras áreas do conhecimento)


 Ele criou o primeiro registro sistemático da abóbada celeste, deixando os primeiros mapas das constelações, demonstrou o seu conhecimento dos equinócios, ao usar as mudanças de era, para determinar as etapas da revelação, no desenvolvimento espiritual da civilização egípcia.

Mas foram as qualidades de Imhotep como médico que o converteram em um semideus, apenas cinquenta anos após a sua morte, o faraó Miquerinos lhe dedicou um templo, que se tornou um lugar de peregrinações, oferendas e  curas. Não há dúvidas de que Imhotep foi um ser especial e com o passar dos anos ele se tornou um mito associado ao divino. 



"Graças à sua ciência médica, ele é comparado pelos egípcios a Esculápio, foi ele quem descobriu a maneira de talhar a pedra para a construção dos monumentos e também se consagrou às Letras" – escreve o sacerdote Mâneton acerca de Imhotep.

Imhotep foi o primeiro a compilar informações sobre como diagnosticar e curar muitas doenças. O caduceu, que hoje é símbolo da sociedade médica, era a vara de poder de Imhotep, com esta vara, ele media a quantidade de energia vital que o ser humano processa em seu interior, desta forma, sabia qual dos centros energéticos ou chakras utilizar para captar e processar a energia vital, bem como identificar aonde existiam desequilíbrios celulares eletromagnéticos.
A Serpente em espiral está presente em diversas mitologias, sendo ligada a área da cura,  desde os sumérios em Gilgamesh aos gregos,   com a descoberta das espirais do DNA, nota-se simbologia extremamente análoga.

Ele curava elevando a frequencia vibratória da aura, ou campo eletromagnético da pessoa, isto restabelecia o equilíbrio dos chakras, permitindo voltassem a fornecer a energia vital necessária aos órgãos afetados, a verdadeira causa de todas as doenças.

O termo Hermético se converteu em sinônimo de sabedoria secreta, a mesma sabedoria que uma vez esteve nas mentes dos sacerdotes da escola de Mistérios do Olho de Horus, dos quais um dos primeiros e mais importante sacerdote foi o Imhotep, o sábio que vem em paz. 

Diversas seitas ou sociedades secretas beberam da fonte hermenêutica egípcia , sendo refletido em seus símbolos, textos,  rituais e seus mistérios.


Recentemente no filme A Múmia, deturparam a figura de Imhotep, o limitando a um ser mesquinho e vingativo, coisa normal em Hollywood estragar os feitos de grandes personagens da História, desde de que,  esses personagens não sejam estadunidenses.