"UMA MENTE EXPANDIDA PELO CONHECIMENTO JAMAIS RETORNA AO SEU TAMANHO ORIGINAL"

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domingo, 24 de junho de 2018

A INVASÃO ESTADUNIDENSE AO BRASIL




Com a eclosão da segunda Grande Guerra, em 1939, o Brasil praticamente, se transformaria, pois os Estados Unidos, tentando afastar a influência nazista da América Latina, que devido a seu atraso econômico, o qual gerava miséria, proporcionava condições para a propagação de ideais fascistas ou socialistas, o que estaria em desacordo com os interesses dos EUA.

Para combater tais “perigos” e lograr uma hegemonia político-econômico-estratégico, formou-se no ano de 1940 a Comissão Interamericana de Desenvolvimento, com o objetivo de promover economicamente as “outras Repúblicas americanas”. Para os estadunidenses a fraqueza, não só econômica e social, mas também militar dos países Latinos Americanos era uma real ameaça. 




O Brasil, governado por Getúlio Vargas, que era simpatizante da política nazi fascista, cuja ideologia também era atraente para muitos brasileiros, somado ao fator da ascensão alemã, que ampliava seus domínios, suas conquistas, e rivalizava com os Estados Unidos, no campo econômico, sendo o segundo maior parceiro econômico brasileiro.



Integralistas, grupo fascista, ultranacionalista, liderados por Plínio Salgado, imitavam os fascistas italianos "camisas negras", aqui vestiam verde, usavam o grito Anauê, de origem tupi "Você é meu irmão".

Já no início dos anos 1930, a disputa entre as das nações, EUA e Alemanha, pela América Latina se acirrava, e o Brasil, dado sua posição estratégica no Atlântico e como era exportador de produtos de matéria prima e importador de manufaturados, era um país essencial para ter como aliado.
Como não havia uma definição por parte da política externa brasileira, aumentou a preocupação dos estadunidenses para com a crescente e ostensiva atração do governo Vargas em relação ao nazi-fascismo.

Com um plano meticulosamente planejado, os EUA resolveram investir pesado no Brasil, tanto em dinheiro quanto na introdução (via sedução) do estilo de vida padrão dos estadunidenses. 



É iniciada a Política da Boa Vizinhança, que viria a ser uma aproximação política, econômica e cultural entre os dois países, para se garantir o apoio brasileiro e manter a soberania dos Estados Unidos na disputa com o Eixo.
A campanha teve início uma maior integração entre empresas e governo, a política ou “o plano” previa, entre outras coisas, reduzir taxas de importação sobre produtos latino-americanos, dar incentivo a investimentos, objetivando assegurar a produção de matérias-primas, e a criação de um sistema de transporte para o adequado escoamento de toda produção e a flexibilização e análise da dívida externa.
Vargas e Nelson Rockefeller


Em 1940, é criado o Office for Coordination Of Commercial and Cultural Relations between the Americas (OCIAA), uma super agencia de coordenação dos negócios interamericanos, sob a chefia de Nelson Rockefeller, um jovem milionário de 32 anos, pertencente a família proprietária da Standard Oil Company. 

A todo custo, tinha-se que impedir o crescimento do comércio e a influência do eixo nazifascista na região, combatendo os movimentos nacionalistas de uma maneira diferente.

O mapa acima foi encontrado na pasta de um alemão, no Rio de Janeiro, durante a II Guerra Mundial. A América do Sul seria constituída por apenas quatro países: Brasil, Argentina, Chile (que ficaria com parte do Peru e da Bolívia) e Nova Espanha (formado por Colômbia, Venezuela, Equador). A Argentina levaria a melhor na divisão, ganhando territórios do Uruguai, Paraguai e Bolívia.

Para Nelson Rockefeller, o futuro dos investimentos na América Latina não dependia exclusivamente dos produtos e sim da venda de uma ideia, que era o modo de vida estadunidense. 


Assim o american way of life começou a ganhar espaço e a seduzir a sociedade brasileira, para tal feito o Office contava com as divisões de comunicações, relações culturais, saúde e comercial/financeira. Sendo cada divisão subdividia-se em outras seções: rádio, cinema, imprensa; arte, música, literatura; problemas sanitários; exportação, transporte e finanças. Tendo nesse tempo total apoio do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), criando anteriormente por Vargas.

Os meios de comunicações objetivavam difundir informações positivas sobre os Estados Unidos, e também contra-atacar a propaganda do eixo, passando uma imagem forte e favorável dos Estados.

O cinema estadunidense, depois do bloqueio britânico, encontrava-se em situação privilegiada, pois os filmes alemães não tinham projeção nas Américas. Nesse bojo desembarcam a serviço dos EUA artistas famosos como o cineasta Orson Welles, Walt Disney.
Carmem Miranda foi elevada a símbolo da cultura brasileira nos Estados Unidos, o bom malandro, Zé Carioca corroborou com a construção do típico do brasileiro simpático, aterrissam por aqui também empresas como a Coca-Cola e a Kibon, mudando os hábitos nacionais gradativamente.

Walter Disney no Rio de Janeiro


Surge ai o personagem Zé Carioca... o típico "bom malandro", um esteriótipo do brasileiro (adora um jeitinho, não gosta de trabalhar, simpático, amigável e é bom de papo)



Outro símbolo "criado" na época, foi da mulher exótica, com bananas na cabeça, sambando...embora já tivesse feito algum sucesso no Brasil e nos EUA antes , foi com a política da boa vizinhança que se elevou ao patamar de estrela.
 

No rádio brasileiro, até o início da Segunda Grande Guerra, era pouco explorado por emissoras estadunidenses, cousa diferente acontecia com países como Alemanha e da Itália, que tinham uma programação específica para o Brasil, por entenderem ser o rádio um meio de comunicação eficaz para espalhar a ideologia do governo.
Orson welles usou o  poder do rádio, numa"pegadinha", no dia 30 de outubro de 1938, um programa de rádio simulou uma invasão extraterrestre, desencadeando pânico na costa leste dos Estados Unidos, as pessoas abandonaram cidades, fugindo dos Ets.

O Brasil que até então era neutro, com uma forte simpatia pelo nazi-fascismo, decide entrar na guerra ao lado dos aliados.



A época, dada a precariedade do Exército brasileiro, e também a simpatia que Vargas tinha pelo nazi-fascismo, faziam piada dizendo que o Brasil só iria entrar na guerra o dia que uma cobra fumasse, pois pra muitos o Brasil nunca iria entrar na 2ª Grande Guerra

Nelson Rockefeller, negocia então com as emissoras para que diminuíssem o valor cobrado, possibilitando assim, as transmissões radiofônicas estadunidenses no Brasil. Os quais reforçavam a ideia de que os EUA eram capazes de derrotar o Eixo, mais somente, se o continente se unisse a eles, pois seria uma vitória da “democracia”.


Vargas e Roosevelt em Natal, onde foi construída uma base militar estadunidense, a base ficou conhecida como "trampolim para a vitória". Todos aviões estadunidenses deviriam passar por lá antes de seguir para a batalha na Europa e África.


Ao fundo é o morro do careca, na praia de Ponta Negra em Natal.


Sobre o comando de Nelson Rockefeller, o Office conseguiu erradicar a influência do Eixo no Brasil, e também sedimentar o discurso pan-americanista da solidariedade continental. Para tal a América Latina já estava dentro da zona de influência estadunidense, a hegemonia territorial adquirida, serviu como espécie de bloqueio, com exceção de Cuba, para um novo cenário mundial, a guerra fria.
Os EUA concederam "amigavelmente" uma linha de crédito de US$ 20 milhões, o qual foi usado pra iniciar um processo de  industrialização do país, é criada então a Companhia Siderúrgica Nacional


Os meios de comunicação, que foram ou inseridos ou aprimorados em terras brasileiras, dada a amizade de Nelson Rockefeller com J. Edgar Hoover, chefe do FBI, possibilitaram trocas de informações, de dados, é iniciada ai a base de um longo serviço de inteligência/espionagem para com os países “estratégicos” e de interesse estadunidense. 
 


Fonte: TOTA, Antônio Pedro. O imperialismo sedutor. São Paulo: Companhia das letras, 2000.


quarta-feira, 12 de julho de 2017

VOCÊ SABE QUE DIA É HOJE?


Como exatamente as civilizações antigas, decidiram que uma semana teria 7 dias? Foi convencionado? Foi sempre assim? Tem a ver com religião? Mas qual religião?


As civilizações antigas se orientavam pelos astros, principalmente sumérios e babilônios, e com isso começaram a analisar a lua, seus ciclos, e perceberam que cada fase levava em média 7 a 8 dias, num total de 29 a 30 dias,  dai surgiram os padrões para a semana e para o mês (também chamado de uma lua).




E perceberam que cinco "estrelas" se moviam no cosmo, acharam que eram seus deuses se deslocando nos céus, e os nomearam de acordo com seus respectivos panteões.



Os gregos antigos os chamaram de PLANETAS (errantes/vagantes) e  cada planeta recebeu nomes dos seus deuses de acordo com ambas características.

Hélio/Apollo: O deus sol, personificação do próprio Sol, em muitos lugares esta personificação era o deus Apollo.

Selene: Personificação da Lua, irmã de Helio e de Eos (amanhecer)

Ares: O deus da guerra, filho de Zeus, tinha o sangue como sua cor, assim como o planeta, que é vermelho.

Hermes: O mensageiro dos deuses, muito veloz, assim como o planeta que é o mais rápido em sua translação.

Zeus: O deus dos deuses, o maior entre todos, assim como o planeta, dado seu tamanho.

Afrodite: Deusa da beleza, do amor, dentre os cinco errantes, o que mais brilha, o mais bonito recebeu o nome da deusa.

Cronos: O deus do tempo, pai de Zeus, dentre os cinco vagantes, um se movia tão lentamente que só os mais experientes observadores podiam lhe analisar.
(Cronos devorava seus filhos, metaforicamente é o que o tempo faz com as pessoas, lhes devoram, mesmo que lentamente, mas ninguém vence o tempo)



O Império Romano, o qual incorporou o panteão grego, somente mudando, na sua grande maioria, os nomes dos deuses, após alguns calendários, semanas de 8 dias, algumas confusões numéricas, estabeleceu  o calendário Juliano por volta do ano 46 d.C.


No latim ficou:


Dies Solis – Dia do Sol (Hélio/Apollo para os gregos)


Dies Lunae – Dia da Lua (Selene)

Dies Martis – Dia de Marte (Ares)

Dies Mercuri – Dia de Mercúrio (Hermes)

Dies Iovis – Dia de Júpiter (Zeus)

Dies Veneris – Dia de Vênus (Afrodite)

Dies Saturni – Dia de Saturno (cronos)

  

Sendo que os romanos iniciavam a semana no dia do deus Sol, que não era mais atribuído a Helius/Apollo, e sim ao deus Mitra (o deus sol invicto), e normalmente descansavam no ultimo dia, agradecendo a Saturno pelas boas colheitas.



Outros povos que lutavam contra o poder de Roma, atribuíram aos seus deuses locais os dias da semana, dos anglo-saxões que derivou a língua inglesa temos os deuses Vikings:



Obs: Saturno foi o único que permaneceu dos deuses romanos, pois (talvez), não existisse nenhum deus do tempo/agricultura correspondente na mitologia nórdica.

AS FEIRAS

Com a oficialização do Cristianismo como religião única, os latinos resolveram mudar alguns dias da semana, para que fizessem referência aos deuses Yeshua/YHWH, assim o dia de saturno virou Sabbath (o dia do descanso, do shabbath judeu), e o dia do Sol, mudaram para Dominica (dia do senhor), pois embora o sétimo dia fosse o do descanso bíblico, o culto ao deus mitra ainda incomodava a Igreja, e passaram a louvar e descansar no dia do senhor, para "limar" a concorrência, assim como sincretizaram as festividades em homenagem a mitra, passando a serem usadas em nome de Jesus/yeshua, como maior exemplo o Natal.



A "feiras" surgiram em Portugal no século IV, também para não fazer referência aos deuses pagãos, feria era um dia sagrado, apenas os dias da semana santa, nesses dias o comércio sempre aumentava, e por consequência acabaram sendo usados no ano todo, mas só Portugal.