Para sustentar os famosos avanços
tecnológicos, a maravilha da chamada globalização, que teoricamente traria um
substancial aumento na qualidade de vida das pessoas, temos um paradoxo em nome
da modernidade em que vivemos, perdemos a noção de direitos, de tempo, de
valores e também sobre o que viria a ser uma boa qualidade de vida, a quem
exatamente toda essa modernidade atinge e a quem ela beneficia?
Vivemos em tempos de contradições, sabemos
cada vez mais sobre benefícios de uma boa alimentação, temos abundância de
alimentos, acesso infinito a diversos tipos de mídia de comunicação, encurtamos
as distâncias entre os continentes, entre os países, entre as cidades, entre as
pessoas, sabemos dos benefícios de uma vida não sedentária, de esportes, do
lazer, o conforto e a facilidade das novas tecnologias más....
SÓ OS SUPERMERCADOS BRASILEIROS JOGAM FORAM 13 MILHÕES DE TONELADAS DE ALIMENTOS POR ANO |
Ao mesmo tempo nos alimentamos cada vez pior,
comidas enlatadas, excesso de condimentos, alimentos com baixo valor nutritivo,
com toda essa comunicação está se perdendo o contato “olho no olho”, dada a
o ritmo frenético de nossas vidas modernas, as exigências sobre acelerar a produção, temos a percepção de que os anos estão “voando”, nossas refeições levam alguns minutos somente, queremos ganhar tempo, tempo para que exatamente não sabemos
O sedentarismo, a obesidade, também em contradição com a fome que atinge milhões de pessoas, a escassez de alimentos, não só em lugares distantes confins da África, más sim em cidades ricas, estados ricos...Pra onde vai nosso mundo?
O sedentarismo, a obesidade, também em contradição com a fome que atinge milhões de pessoas, a escassez de alimentos, não só em lugares distantes confins da África, más sim em cidades ricas, estados ricos...Pra onde vai nosso mundo?
Há algumas décadas a conscientização política,
mesmo em regiões rurais, fazia com que o povo ao menor sinal de desrespeito a
seus direitos, ameaça de sua liberdade, escassez de alimentos, despertasse um
sentimento de revolta, de levante as injustiças...
Eis que atualmente, parece que se perdeu esse
senso, estamos diante de legiões de escravos, que não se deram conta da sua
condição, ou preferem não enxergar a verdade, e isso dificulta, e muito, liberta-los, pois, não se pode libertar quem não sabe que é escravo (MITO CAVERNA), ou
pior aquele que venera suas correntes e seu algoz.
Ao contrário dos escravos da antiguidade, dos
servos da idade média, ou dos primeiros operários das primeiras revoluções
industriais, os escravos modernos deixam-se conduzir pelos interesses da
classe dominante, das elites, aristocracias, plutocracias, teocracias...O lema atual é OBEDECER, PRODUZIR E CONSUMIR.
A riqueza que hoje se produz também se
contrapõe a miséria dos explorados que sustentam uma minoria dominante,
pesquisas apontam que menos de 1% da população mundial detém mais de 40% da
riqueza global.
A ganância de poucos para que se produza
sempre mais e mais, acaba por transformar o mundo numa grande fábrica, que
produz para poucos consumirem.
DEZ EMPRESAS CONTROLAM QUASE TODO O CONSUMO MUNDIAL |
O mais impressionante nesse bizarro contexto,
é a passividade dos povos, da classe exploradas, dos escravos modernos, como
exemplo maior é o ambiente onde moram as massas de trabalhadores, assemelham-se
a prisões, cavernas, jaulas, cubículos onde residem com suas famílias, mas
diferentemente de prisioneiros e escravos, o explorando ainda tem que pagar por
sua jaula.
Mais especificamente no Brasil, o país dos
inversos, das contradições, dos extremos, todo esses argumentos supra citados,
vem somados por um crescente processo de banalização da educação, alienação política, frente a engodos, uma espécie moderna da política do pão e circo romano, temos por aqui: carnaval,
futebol e novela (programas de TV em geral).
Nos 21 anos de ditadura militar, esse
processo foi se construindo, pois de uma sociedade (mesmo que em uma minoria
alfabetizada) com consciência política, escola pública de qualidade, era muito
perigoso para o regime de exceção que vigorava, eis que a figura do professor,
até então com status elevado, foi se desfazendo, seu salário não acompanhando a
inflação, e suas condições de trabalho sem a devida estrutura.
E mesmo com a redemocratização, quem assumiu o poder percebeu que um povo alienado é mais servil, mais conformado, e altamente manipulável...Não só para interesses nacionais, bem como de nações como os EUA.
Ao
mesmo tempo com a massificação das mídias, é difundido que só há felicidade no
consumo, adquirir produtos, o consumismo nos faz querer ser o que não somos,
comprar o que não precisamos, para impressionar a quem não conhecemos, e tentarmos ser o que não somos...você é
o que você tem, o que você veste, um mundo de aparecias.
Também nos foi transmitido valores errôneos, os
brasileiros na sua maioria, conhecem mais de futebol do que de seus próprios
direitos constitucionais, sabem tudo da novela, do reality show, más não exigem
seus direitos num supermercado, num banco, numa delegacia, ou no próprio estádio de
futebol, onde são tratados como gado, e mesmo assim veneram suas correntes...
Na revolução francesa, a fagulha que acendeu
todo o levante do dia 14 de julho de 1789, foi o aumento do produto principal
da alimentação francesa, o pão.
No período conhecido como Inconfidência
Mineira os brasileiros que encontravam ouro deviam pagar o quinto, ou seja,
vinte por cento de todo ouro encontrado acabava nos cofres portugueses.
Atualmente no Brasil, trabalhamos em média
cinco meses do ano somente para pagar os impostos, que são em média 50%, 30% a
mais do que os portugueses quando da exploração do ouro no período colonial...e
ninguém se rebela...nada acontece.
O pior problema nem são os impostos, e sim o
retorno que temos para com o que foi pago, além disso temos que pagar tudo em
dobro, pois os serviços públicos são precários, ai vem escola particular, plano
de saúde, segurança, etc.
Somada a essa exploração, ainda temos que
compactuar com os exorbitantes lucros dos grandes empresários, quer seja no
setor automobilístico, agrário, bancário, dos importados, construção civil, onde
o mesmo produto fabricado por aqui, e exportado, ainda assim, lá fora é vendido
muito mais barato do que pro mercado nacional...
Toda essa exploração, a condição análoga à
escravidão, há algumas décadas, certamente já teria ocorrido uma revolta, uma
revolução, uma guerra civil, más devido aos anos e anos de alienação, de
inversão de valores, estamos passivos admirando e louvando nossas correntes,
quer sejam políticas, quer sejam religiosas...
Depois do exposto fica a grande dúvida:
Trabalhamos para viver ou vivemos para
trabalhar?
Somos livres escolhemos nossos governantes ou
na verdade somos escravos, e tanto faz um ditador, um rei, um presidente, a direita, a esquerda, pois
sempre serviremos a um senhor, e nada nem ninguém conseguirá mudar nossa sociedade
mercantilista capitalista?