Quando falamos sobre o papa João Paulo, pra maioria das pessoas vem a mente Karol Józef Wojtyla, pois este "reinou" em seu papado por 25 anos, mas era João Paulo II, poucos lembram que existiu João Paulo I, o Papa sorriso, que teve um brevíssimo papado, e sua misteriosa morte é alvo de inúmeras contradições e teorias.
O ano era 1978, 26 de Agosto, o conclave decidiu e a fumaça branca surge, "Habemus Papam", Albino Luciani é o novo Papa, homenageia seus antecessores, João XXIII e Paulo VI, trinta e três dias depois é encontrado morto em seu quarto, vítima de um enfarto do miocárdio, então com 66 anos.
Logo surgem teorias conspiratórias de que o Papa havia sido assassinado.
Sua eleição como papa causou quase tanta
estupefação, como a sua morte 33 dias depois. Como podia o “candidato de Deus”
escolhido com tal entusiasmo por cardeais orientados pelo “Espírito Santo” já
estar morto?
Ele estava disposto a fazer mudanças
dentro das estruturas de uma das instituições mais poderosas da humanidade. Queria
rever a estrutura da Cúria, com a publicação de várias cartas pastorais sobre a
colegialidade dos bispos, rever as condições das mulheres na Igreja, a pobreza
no mundo e aunidade da Igreja; além de acabar com o negócio da IOR (Instituto
para obras Religiosas), em especial o seu casamento com Banco Ambrosiano,
exigindo transparência, mesmo em frente aos maçons e à máfia.
Uma das primeiras suspeitas foi levantada por
uma organização ligada ao ultra-tradicionalista Arcebispo Lefebvre: o papa fora
assassinado por “liberais” da igreja católica, porque planejava abolir as
modificações introduzidas pelo Concilio Vaticano.
Outra é que teria descoberto que o diretor do Banco do Vaticano, Arcebispo Paul
Marcinkus, estava envolvido num enorme esquema de corrupção e negociatas com a Máfia Italiana e a Maçonaria. Marcinkus
era próximo do presidente do Banco Ambrosiano de Milão, Roberto
Calvi, por sua vez amigo do advogado e financista siciliano Michele Sindona. Os
três mantinham relações com Lício Gelli, outro financista que controlava a loja
maçônica P2 (Propaganda Due), a qual teria se infiltrado no Vaticano.
A teoria é que João Paulo I, exporia o esquema, e por isso foi assassinado com uma injeção letal, por membros da própria Igreja.
Alguns fatos que corroboram com essa teoria:
Em 1982, Roberto Calvi, foi acusado de lavar dinheiro pra máfia, junto com Arcebispo Paul Marcinkus.
R. Calvi e Paul Marcinkus |
Calvi foi encontrado enforcado sob uma ponte em Londres, no mesmo dia a secretária dele, Graziella Corrocher, resolveu se jogar pela janela do Banco de Milão.
No dia seguinte a morte de João Paulo, a agência Ansa noticiou que os embalsamadores, os irmãos Ernesto e Renato Signoracci, foram apanhados em suas casas por um carro do Vaticano às cinco horas da manhã e levados diretamente à morgue da pequena cidade-estado, onde começaram o seu trabalho. Só que descoberta oficial do corpo deu-se as 5h30. O Vaticano nunca se pronunciou a respeito.
No Código de Direito Canônico de 1917 eram excomungados os
católicos que fizessem parte da maçonaria, e no de 1983, por ocasião da
promulgação do atual Código de Direito Canônico pelo Papa João Paulo II, o cânon da excomunhão desaparece, junto com a
menção explícita da maçonaria.
Todas essas teorias entre Igreja, Maçons e Máfia, aparecem no filme de Coppola, O Poderoso Chefão III, e nos livros Em nome de Deus, David Yallop,
e no Um Ladrão na Noite, John Cornwell, cujo prefácio é:
“Esta é a história de uma
investigação das circunstâncias da morte súbita do Papa João Paulo I(...) e as
alegações de que teria sido assassinado por altos prelados da Igreja Católica
Romana”.
Na quinzena que se seguiu a morte do papa
choveram declarações porta-vozes do Vaticano, e de
importantes testemunhas, oficiais ou não.
Nessas declarações, Cornwell detectou dez
contradições que persistem até hoje e que envolvem um grave desacordo a
respeito dos seguintes pontos:
1º- Quem encontrou o corpo?
2º- onde o corpo foi encontrado?
3º- A causa oficial da morte.
4º- A estimativa da hora da morte.
5º- A hora e a legalidade do embalsamamento.
6º- O que o papa tinha nas mãos no momento da
morte.
7º - O verdadeiro estado de sua saúde nos
meses anteriores à sua morte.
8º- O paradeiro dos objetos pessoais do papa
que estavam na alcova papal.
9º- Se a Cória havia ou não ordenado e
realizado uma autópsia secreta.
10º- Se os embalsamadores haviam ou não sido
chamados antes de o corpo ser oficialmente encontrado.
O corpo nunca foi periciado, ao contrário de seu sucessor João Paulo II que teve se cadáver meticulosamente analisado.
Funeral de João Paulo II |
Para os mais céticos que duvidam de que próprios membros da Igreja teria assassinado João Paulo I, esclareço que essa prática não é incomum ao longo da história do Vaticano.
Mortos em nome de Deus:
João VIII, o primeiro papa a ser morto, foi
envenenado em 882 por membros de sua própria corte. A poção demorou tanto a
agir, e ele foi eliminado à pancada. Aproximadamente dez anos mais tarde, o
corpo do Papa Formoso, envenenado por uma facção dissidente do seu séquito, foi
exumado pelo seu sucessor, Estevão VII, solenemente excomungado, mutilado,
arrastado pelas ruas de Roma e lançado às águas do Tíbre.
No século dez, João X foi envenenado no
cárcere por Marozia, filha de sua amante e mãe de João XI. Ainda no mesmo
século, foram envenenados Benedito VI e João XIV.
Silvestre II, conhecido
como O Mago, por suas alegadas transações com o diabo, foi envenenado e, poucas décadas
depois, também Clemente II.
No apagar das luzes do século XIII,
Celestino V foi envenenado pelo seu sucessor, Bonifácio VIII. Nos primeiros
anos do século XIV, Benedito XI morreu por ter ingerido vidro moído misturado
com figos.
Cerca de 150 anos se passaram, até a morte de Paulo II, depois de
comer “dois grandes melões”. Embora a causa da morte possa ter sido o pecado
mortal da gula, suspeitou-se de veneno.
E em 1503, Alexandre VI, o famigerado
papa da família Borgia, morreu envenenado de uma poção destinada à outra
pessoa. A maneira de sua morte sugere arsênico.
Em 1939, Pio XI, de 82 anos,
planejava um discurso especial contra o fascismo e o anti-semitismo e
denunciaria a concordata firmada com Mussolini. Morreu na manhã seguinte, antes de poder ler o seu discurso, cujo texto nunca
foi encontrado.
Embora João Paulo I tenha permanecido apenas 33 dias, não o mais curto de todos. Este triste
privilégio coube a Urbano VII, que, em 1590, ocupou o trono de São Pedro
durante 13 dias, morrendo de morte natural, assim como Celestino III, que, em
1045, foi papa por 22 dias e Marcelo II, que reinou 23 dias, em 1555. O único
que teve morte violenta foi o já citado Dâmaso II, cujo papado, em 1048, durou
24 dias.
E temos aqui só uma parte dos mistérios e teorias que cercam o Vaticano e seu enorme poder mundial, talvez se descobríssemos toda a verdade sobre a Igreja Católica, o catolicismo pereceria, pois não suportaria tais revelações.
eu estou aprendendo isso em teoria conspiracional em teologicamente uma teoria que possa ter varios significados influentes
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