Eis a história de um dos maiores
brasileiros que já existiu, Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá,
também conhecido como Visconde de Mauá, notável empresário, industrial,
banqueiro, político e diplomata brasileiro, um símbolo dos empreendedores do
país no século XIX, deu o “azar” de nascer aqui em terras tupiniquins, seu
grande sonho era tornar o Brasil uma potência mundial.
Contexto histórico:
No século XIX, o Brasil era uma porção
de terra, extremamente atrasado, exclusivamente agrário, escravocrata, onde as
indústrias eram proibidas, para se evitar o contrabando. Esse cenário começa a
mudar com a fuga da coroa portuguesa das presas de Napoleão, em 1808.
O país à conta gotas inicia um
desenvolvimento, com o segundo reinado de Dom Pedro II, ainda estávamos estagnados, parados no tempo, vivendo somente da agricultura.
Cinco anos depois da vinda de Dom João,
nasce em Arroio Grande (Rio Grande do Sul) em 28 de dezembro de 1813, Irineu
Evangelista de Souza, o qual começa a trabalhar ainda criança aos 9 anos, depois que seu
pai foi assassinado, sua mãe, foi obrigada a se casar, seguiu a ordem do novo
marido e enviou Irineu para viver com seu tio marinheiro, no Rio de Janeiro.
Aos vinte e três anos, começa a
ter sucesso, mostrando seu apetite e vocação para negócios, pelo seu
destaque é convidado a integrar a maçonaria, que lhe abriria muitas portas.
Na Inglaterra, em 1840, aos 27 anos,
teve os primeiros contatos com as grandes mudanças técnicas que ocorriam na
Europa. Isto incluía estabelecimentos de fundição de ferro, fábricas e grandes
lojas.
Irineu queria seguir o modelo de
desenvolvimento inglês, onde se priorizava a industrialização.
Iniciando então o ousado empreendimento
de construir os estaleiros da Companhia Ponta da Areia, fundou a indústria
naval brasileira (1846), em Niterói, e, em um ano, já tinha a maior indústria
do país, empregando mais de mil operários e produzindo navios, caldeiras para
máquinas a vapor, engenhos de açúcar, guindastes, prensas, armas e tubos para
encanamentos de água. A partir de então, dividiu-se entre as atividades de
industrial e banqueiro.
Em 1851 Irineu encabeçou um dos
movimentos mais interessantes do império, que lhe provocaria as maiores dores
de cabeças. Em parceria com outros empresários, ressuscita o Banco do Brasil
com a proposta de oferecer juros baixos para todos que pudessem comprovar o
crédito.
Recebeu o título de Barão no ano de 1854 e Visconde de Mauá em 1874.
O Banco do Brasil original faliu por
obra do digníssimo avô de D. Pedro II que, num golpe de dar inveja aos piores
congressistas, levou todo o dinheiro do banco quando retornou à Portugal, em
1819.
Entre seus maiores empreendimentos
estão:
- A construção da primeira ferrovia brasileira, construída no Estado do Rio de Janeiro, ganhou o nome de Estrada de Ferro Mauá;
- Fundação da Companhia de Iluminação a Gás do Rio de Janeiro;
- Fundação da Companhia de Navegação a Vapor do Amazonas;
- Deputado Federal pela província do Rio Grande do Sul com mandato entre os anos de 1856 e 1875;
- Inaugurou o trecho inicial da União e Indústria, primeira rodovia pavimentada do país, entre Petrópolis e Juiz de Fora (1854) e realizou o assentamento do cabo submarino (1874).
Chegou a ser dono de um patrimônio
equivalente a 20% do PIB brasileiro, diziam que no Brasil existia o Imperador e
o Rei, numa alusão a D. Pedro II e Mauá, respectivamente.
Proprietário de pelo menos 24 empresas, com interesses não apenas
no Brasil, mas na Inglaterra, na França, na Argentina, no Uruguai, no Paraguai
e no Chile, o Barão de Mauá negociou com presidentes, ministros, deputados,
senadores, traficantes de escravos, banqueiros, juízes, advogados e mercadores
de todas as ordens.
Seu sucesso, combinado com sua convicção forte contra a escravidão e seu sonho de tornar o país industrializado,
incomodava muita gente, pois a elite agrária, com base escravocrata, começou a
conspirar para ver ruir esse processo de industrialização e a ascensão de Mauá, e manter o status
quo, também os ingleses o viam como um poderosíssimo rival.
Seu estaleiro Ponta da Areia foi
sabotado, num incêndio criminoso, e ardeu em chamas, sua linha de crédito para novas indústrias
foram negadas pelo governo.
Dom Pedro II, foi manipulado pela elite
agrária, e tornou Irineu persona non grata no Império, e o boicotou em
diversos setores.
Em 1875, após anos de ataques, a
situação se complica, ainda tinha uma fortuna a receber dos sócios ingleses,
sendo que estes corromperam os juízes brasileiros, e deram o calote com amparo judicial. O Barão de Mauá declara moratória e começa a liquidar todas suas
empresas e bens pessoais para pagar suas dívidas, homem honrado, não queria
deixar ninguém no prejuízo.
Ao invés de sair por aí esbravejando
contra o Imperador, ou contra o mundo, mesmo com razão, Irineu preferiu retirar-se à sua casa em Petrópolis, quita suas dívidas e recomeça como
comerciante, faz fortuna novamente, não como outrora, mas o suficiente para ter
um final de vida tranquila.
Morreu em 21 de outubro de 1889, três
semanas antes do seu império também vir a falecer, com a proclamação da República.
Como supra citei, Mauá deu o azar de
nascer aqui, num país que não mudou tanto assim do Império para cá, sendo
sempre atrasado relação as potencias, onde a cultura da corrupção, do levar vantagem em tudo, e com o famoso jeitinho, que nos dá uma imagem
pejorativa lá fora, estão enraizadas em nossa história...
Mauá ousou fazer do Brasil uma
potencia, más isso incomodava a muitos nativos e estrangeiros, aos quais interessava o país ser essa bagunça, terra de ninguém, contrastes e abismossociais, e tal como Amaral Gurgel, ambos empreendedores brilhantes, sonharam
com um país que não podia ser, e foram boicotados, mostrando que os séculos se passaram e os interesses escusos que impedem nosso desenvolvimento continuam....
"O melhor programa econômico de
governo é não atrapalhar aqueles que produzem, investem, poupam, empregam,
trabalham e consomem" – Barão Mauá
puta meu!!!gostei da historia desse cara !!foi um guerreiro !! sacaniaram ele ... e foda !
ResponderExcluirLixo de artigo, faz parecer que o imperador era um tirano atrasado! Sendo que era o oposto, não se deixem levar apenas por isso e pesquisem!
ResponderExcluirMeus respeitos ao grande homem , e um furo do Grande Imperador , choquei-me
ResponderExcluirDe fato tanto Dom Pedro quanto Barão de Mauá foram grandes homens.Se ambos trabalhassem em parceria seriamos uma potencia,pois eles de fato tentaram prosperar nossa terra.Alan de Sousa
ResponderExcluirCulpa dos ingleses e da elite agrária, destruíram o futuro.
ExcluirA corrupção faz do nosso povo pouco conhecedores pois falta dinheiro para educação portanto,a ignorância e o medo da pobreza alimenta a riqueza dos que tiram da nossa mesa o pão suado e sofrido,provido pelo pobre marido que acorda cedo ignorando o medo simplesmente pelo desejo de trazer o sustento para sua esposa e filhos.Alan Soutoo de Souza Indinação contra a corrupção principalmente política deste país maravilhoso refém destes criminosos no colarinho branco filhos da puta.
ResponderExcluirAchei interessante essa parte, logo no início, dizendo que eram proibidas as construções de indústrias. Isso explica o nosso atraso. Nos EUA, o norte criou uma guerra contra o sul agrário, saiu vencedor e o resultado vemos hoje, a maior economia do mundo. Enquanto isso, no Brasil, a bancada ruralista dá as cartas no congresso. Estamos atrasados 1 século em relação aos EUA.
ResponderExcluirOs USA nesta época quase desintegraram-se, como nação,feliz deles, a burguesia industrial nortista conseguiu impor-se, ao sul escravocrata e atrasado que é o que somos até hoje, porém tivemos neste período uma guerra também, mas foi para exterminar uma nação vizinha e irmã, que seguia os caminhos de Mauá e dos Rokfellers, que mesmo sendo capitalistas selvagens, trouxeram ganhos humanísticos inquestonaveis às sociedades. O texto é perfeito na análise historica e atualíssimo: temos a elite mais atrasada do mundo. Governantes quando não são manipulados ou covardes, como Pedro II, são corruptos ou coniventes. Os poucos que ousaram como Mauá, após ele, todos, sem exceção, tiveram o mesmo destino, claro, cada um de uma forma: ostracismo(Almirante negro), miséria(Lima Barreto), suicídio(Getulio), encarceramento, em conluio com a justiça(Lula), deportação (Olga) queda de avião, acidente automobilísticol (Jucelino), infecção hospitalar(Tancredo), trombada de avião(Castelo Branco), envenenamento(Jango),degola (Conselheiro, Tiradentes, Lampiao,Zumbi) a lista é longa, enquanto nosso povo estiver rezando ou esperando a decisão do campeonato de futebol, contente com a nova enxada, muitos Mauas de diferentes ideologia, mas com o mesmo sonho parecerão. Os gringos com a conivência e preguiça, jamais permitirão criarmos um simples aparelho celular.
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