"UMA MENTE EXPANDIDA PELO CONHECIMENTO JAMAIS RETORNA AO SEU TAMANHO ORIGINAL"

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quinta-feira, 13 de junho de 2013

A TEORIA DA PROSPERIDADE

Estão em diversos canais de mídia, TV, Radio, jornais, usam camisa manga curta com gravata (estereótipo do vendedor), vendem promessas e retornos financeiros concedidos por Deus/YHWH/Jesus, sob determinadas condições, a título oneroso, é a chamada Teoria da Prosperidade.
 
CONTEXTO HISTÓRICO

Lutero quando se deparou com o comércio de indulgências, que segundo ele, clérigos se tornaram corretores imobiliários do céu, comercializando vagas no Paraíso para quem pagasse, vendendo perdões, lascas da cruz de Jesus, ossos santos, entre outras, prática comum por toda Europa medieval, e questionou se isso seria correto, criticando severamente a situação...

E quando ele quis traduzir a bíblia do Latim para o alemão, para que o povo entendesse melhor os ensinamentos bíblicos, a resposta da Igreja Católica foi guerra a Lutero, pois as indulgências sustentavam os clérigos, e o povo sem conhecimento era mais fácil de ser manipulado e controlado.




 
Houve então o racha, a reforma protestante de Lutero,  abriu a primeira fenda no até então inquestionável poder papal sobre as almas do Ocidente. A ele se seguiram outros:
 

 Na Inglaterra, o rei Henrique VIII criou sua própria dissidência do catolicismo, depois batizada de anglicanismo, só porque o papa não queria que ele se divorciasse e casasse de novo.
Calvino
 Na Suíça, Ulrico Zwinglio e João Calvino aprofundaram as reformas de Lutero.
Zwinglio pregava o princípio que fundamentaria todo o movimento: o cristão deve seguir apenas a Bíblia (os católicos aceitam influências de teólogos, como Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino).
 Já Calvino foi o responsável pela introdução do puritanismo, que combinava regras rígidas de conduta com uma fervorosa dedicação ao trabalho.
  
No começo do século 20, o sociólogo alemão Max Weber publicou o texto clássico A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, no qual atribui a essa invenção de Calvino o sucesso do capitalismo em países evangélicos.
 
Os líderes do Movimento Pentecostal do início do século XX não adotavam uma teologia da prosperidade. Essa doutrina começou a ganhar forma dentro do movimento durante as décadas de 1950 e 1940, através dos ensinamentos dos ministérios de libertação e de evangelistas curadores pentecostais.
 
E. W. Kenyon, educado na Faculdade de Oratória de Emerson nos anos 1890, onde foi exposto ao Movimento Novo Pensamento. Kenyon mais tarde se tornou amigo de líderes pentecostais famosos e escreveu sobre a revelação divina e as confissões positivas. Seus escritos influenciaram líderes do nascente movimento da prosperidade durante os healing revivals dos Estados Unidos pós-guerra.
 
Começou a ser disseminado um "pacto abençoado" no qual Deus retornaria as doações "sete vezes", prometendo aos doadores que eles receberiam de volta, de meios inesperados, o dinheiro que doaram a Ele.


K.Hagin, considerado o pai do Movimento Palavra de Fé, dizia qie com base em Gl 3.13,14, que fomos libertos da maldição da lei, que são: 1) Pobreza; 2) doença e 3) morte espiritual. Segundo essa doutrina, o cristão tem direito a saúde e riqueza; diante disso, doença e pobreza são maldições da lei. Eles ensinam que "todo cristão deve esperar viver uma vida plena, isenta de doenças" e viver de 70 a 80 anos, sem dor ou sofrimento. Quem ficar doente é porque não reivindica seus direitos ou não tem fé. E não há exceções. Os seguidores de Hagin enfatizam muito que o crente deve ter carro novo, casa nova própria, as melhores roupas, uma vida de luxo.
DEUS EXISTE?

Surge ai a Teologia da prosperidade (também conhecida como Evangelho da prosperidade) doutrina que defende a bênção financeira é o desejo de Deus para os cristãos e que a fé, irá sempre aumentar a riqueza material do fiel.
A doutrina interpreta a Bíblia como um contrato entre Deus e os humanos; se os humanos tiverem fé em Deus, Ele irá cumprir suas promessas de segurança e prosperidade.


Um importante ponto dentro da doutrina das igrejas neopentecostais, entre outras, é a intervenção do Diabo na vida do homem, acusando-o de todos os infortúnios, desgraças e maldições, o que não é de Deus é do Diabo.
 

Televangelismo
Durante a década de 1960, professores do evangelho da prosperidade passaram a dominar a programação religiosa nos Estados Unidos. Oral Roberts abriu o caminho, desenvolvendo um programa semanal em formato syndication(espécie de programa de vendas no estilo Polishop) que se tornou o programa religioso mais assistido dos Estados Unidos. Até 1968, o programa televisivo havia tomado o lugar das reuniões de tenda em seu ministério.

No Brasil, o televangelismo começou a ganhar destaque com a compra da Rede Record por Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus, em 1990.
Aos poucos, e com muito dinheiro em caixa, “caído do céu”,  foram crescendo e dominando diversos canais, além da promessa de prosperidade, começou-se a vender as velhas indulgencias, numa nova roupagem, toalhinha ungida, tijolinho de Deus, água do Rio Jordão, entre outras falácias e enganações.




500 anos se passaram, mas a exploração da fé alheia, do desespero de quem não tem muita cultura e precisa de um trabalho, uma cura, uma boa alimentação...pois a religião em geral tende a aprisionar as pessoas com seus dogmas, para que todos se comportem e pensem de determinada maneira, e principalmente não questione certas verdades “absolutas”, continuam a se perpetuar, expandindo-se para diversas áreas, entretenimento,  jornais, elegendo políticos, aliciando empresários, um perigo para o Estado laico.
 
O curioso é que países desenvolvidos com um bom IDH, como Suécia, Japão, Finlandia, são os menos religiosos, e países como Somália, Serra Leoa, Etiópia, Brasil e outros miseráveis, são extremamente religiosos e subdesenvolvidos, de pouca educação e baixo IDH, e aqui no Brasil, os locais que mais concentram igrejas são as periferias, seriam somente coincidências?



Outro fato curioso é o tamanho da fortuna que os pastores "famosos" acumularam, segundo a revista Forbes, isso corrobora para a teoria da prosperidade, fazendo o fiel sonhar em atingir tal patamar, pois, se tomarmos a Igreja como comércio, o que muitas realmente são, é o empreendimento mais lucrativo do mundo, pois a não são obrigados a pagar impostos, a luz da CF, nem declararam a origem de seus bens.

Em 2011, estima-se que o valor arrecadado pelas igrejas brasileiras alcançou a gigantesca soma de 20 Bilhões de Reais, soma (que inclui igrejas católicas, evangélicas e demais). Ela equivale à metade do Orçamento da cidade de São Paulo e fica próxima da receita líquida de uma empresa como a TIM.
 

É evidente que nem todas as igrejas, ou religiosos, sejam padres, pastores e afins, só pensem em dinheiro, há pessoas sérias, que tem a finalidade de ajudar ao próximo, só que infelizmente são a minoria, pois culturalmente nosso país é o país do jeitinho e o de se levar vantagem em tudo, os que utilizam a fé alheia para lucrar, só são reflexo de nossa sociedade corrupta, remetendo a nossas raízes, formadas por ladrões, mercenários, assassinos e prostitutas que vinheram povoar o Brasil, conforme aduz a obra de Caio Prado Júnior.

Entendendo a árvore da fé

A palavra de um único homem - Jesus Cristo - gerou muitas religiões, divididas em três grandes ramos: o católico, o protestante e o ortodoxo.
Metade dos 2 bilhões de cristãos é católica e 10% são ortodoxos. Os outros 40% são evangélicos (ou protestantes). E as novas igrejas pentecostais e neopentecostais cresceram tanto que já são quase metade dos evangélicos – ou 19% da cristandade.
ORTODOXOS
Quando a cristandade se parte em duas, nasce essa nova religião, graças a discordâncias sobre questões teológicas pontuais, como o papel das imagens de Cristo. Menos centralizada que o catolicismo, a religião foi se fragmentando: as igrejas ortodoxas russa e grega são hoje as duas principais

CISMA DO ORIENTE
A separação do Império Romano entre o oriental e o ocidental, seguida da derrocada deste último, criou as condições para a primeira grande cisão do cristianismo, em 1054 – em grande medida uma disputa de poder entre o papa de Roma e o patriarca de Constantinopla, a capital do lado oriental.
CATÓLICOS
Os católicos romanos mantêm-se subordinados ao poder centralizado do papa. Suas principais diferenças com os demais segmentos da religião estão relacionadas à crença em santos e às representações da imagem de Cristo. As maiores populações católicas, hoje, estão na América.

PROTESTANTES

PROTESTANTISMO
Em 1517, Lutero denunciou falhas na condução do cristianismo. A polêmica acabou dando origem ao terceiro grande ramo do cristianismo, ao lado da Igreja Católica e da Ortodoxa. Como os protestantes (ou evangélicos) combatem a centralização papal, acabaram se fragmentando em muitas denominações.

NEOPENTECOSTAIS
Diferem dos pentecostais pela liberalização dos costumes e a teologia da prosperidade. Embora seja só uma folhinha recente num ramo secundário desta árvore, são responsáveis pela explosão mundial evangélica.

PENTECOSTAIS
Surgidos nos EUA (onde batistas e metodistas são fortes), se espalharam por regiões pobres. Aceitam manifestações do Espírito Santo, como a capacidade de curar doentes. No Brasil, são conhecidos pelos costumes rígidos.

METODISTAS
Discípulos de John Wesley, que deixou a Igreja Anglicana para pregar nas ruas da Inglaterra. O nome é inspirado no grupo estudantil liderado por Wesley, chamados de “metódicos” por sua estrita observância religiosa.

LUTERANOS
O movimento iniciado por Lutero está diretamente ligado aos primeiros ideais protestantes. A nova religião libera a comunhão com Deus para todos os indivíduos, sem a intervenção de sacerdotes, elimina os rituais considerados não bíblicos e permite a leitura da Bíblia na língua local.

BATISTAS
Como surgiram na Inglaterra, podem ser considerados dissidência do anglicanismo. Rejeitam o batismo infantil e adotam o “batismo de fé” de adultos (que são imersos em água).

ANGLICANOS
A religião surgiu só para satisfazer o rei Henrique VIII, que queria se divorciar, contra a vontade do papa, e nomeou-se “Chefe Supremo da Igreja da “Inglaterra”.

CONGREGACIONALISTAS

CALVINISMO
Se Lutero pregava mudanças dentro do catolicismo, João Calvino não tinha dúvidas: queria reformar a religião, em busca de uma maior observância à Bíblia e a princípios morais rígidos. Seus seguidores fundaram o presbiterianismo e o congregacionalismo.

MÓRMONS, ADVENTISTAS E TESTEMUNHAS DE JEOVÁ

FOLHAS SOLTAS
Os mórmons, adventistas e testemunhas de Jeová nasceram no protestantismo, mas geralmente não são considerados evangélicos porque, além da Bíblia, baseiam as doutrinas também em escrituras modernas.

  

quinta-feira, 30 de maio de 2013

A PAPISA JOANA

História ou lenda, o que se sabe é que com a ascensão do Cristianismo, e o advento da Igreja católica, as mulheres ficaram em segundo plano, sem muitos direitos.
Vemos isso com Maria Madalena, que era pra ser a líder da nova igreja, tendo assumido esse posto o apóstolo Pedro. Logo a Igreja deturpa a imagem de Madalena, para que nenhuma outra mulher assuma postos no alto escalão,  fato que até nos dias atuais ainda perdura, de ela ser uma prostituta arrependida, coisa não relatada na Bíblia.


Entre os anos 850 e 858 começou a circular na Europa, histórias sobre um Papa do sexo feminino, sendo considerada para alguns, uma mera lenda, para outros, um dos maiores segredos da Igreja Católica, permanecendo até hoje envolta mistérios.
 
Na idade das trevas, a mulher era dispensado quaisquer direito, sentavam-se ao fundo nas igrejas, não podiam falar em publico, estudar, sua função era procriar e obedecer, porque Deus quisera assim...


Sobre a lenda há diversas vertentes:

•     De que Joana havia nascido no oriente, com nome de Giliberta, e vestia-se de homem para estudar Filosofia e Teologia. Sendo o estudo proibido a mulheres. Por isso alguns acreditam que os Católicos Ortodoxos possam ter implantado essa lenda para macular o nome da igreja “inimiga”.

Depois de algum tempo, Joana (ainda como homem), impressionara  os doutores da Igreja Católica com sua sabedoria. Após a morte do Papa Leão IV, ela/ele assumiria o cargo papal como João VII, pois a votação a época era da comunidade. A mesma versão também conta que Joana havia se apaixonado por um guarda suíço e engravidara dele.




•     Já a versão difundida pelo cronista Martinho de Opava conta que Joana havia nascido na Alemanha, e era filha de um casal inglês.

Na idade adulta, casou-se  com um monge e foi morar na Grécia, onde teria se vestido de homem para não causar escândalos. Começou a se chamar Johannes Angelicus, e tornou-se monge, e posteriormente um cardeal (João, O inglês). Após a morte do Papa Leão IV, com voto unânime, tornou-se Papa. Nessa versão também engravidara. A justificativa de ninguém descobrir o fato é que as roupas do Papa são largas o suficiente para não se perceber uma barriga.




Para a morte de Joana também existem duas versões:
Na primeira delas, ela morreu com complicações no parto enquanto os cardeais gritavam ao pé da cama: “É um milagre!”.

Na segunda, Joana teria as dores do parto em meio de uma procissão e morreria apedrejada pelos fiéis, pois eles acreditavam que o trono de São Pedro havia sido profanado.
Até hoje pouco se sabe sobre o quanto há de verdade nessa lenda. Um fato muito peculiar é que uma das cartas do Tarot teria “A Papisa” representa a “sabedoria e a chave de todos os mistérios do mundo”.
 
Para muitos a história da Papisa é pura lenda, e o argumento principal é a falta de registos sobre ela em documentos da época.

Entretanto, ao analisar o poder da Igreja naqueles tempos, e que os historiadores eram prelados(ligados a Igreja), esses fatores por si só já levantam dúvidas sobre o que realmente aconteceu, pois, a Igreja modificou, e ou deturpou, diversos fatos históricos de acordo com seus interesses.
A mãe Isis e o menino Hórus, 3000 anos depois, virou a Virgem maria com o menino Jesus
 Como toda boa teoria da conspiração, que não pode ser provada, mas que algumas evidencias apontam para uma determinada direção, temos:
  
•     Em 1276, o Papa João XX, após rigorosa investigação, mudou o seu nome para João XXI, reconhecendo, assim, o papado de Joana;

•     Existiu também, até 1601, entre os diversos bustos papais de terracota, na Catedral de Siena, um da Papisa. Por determinação do Papa Clemente VIII, desapareceu, nesse ano de 1601.

•     A rua evitada. Durante toda a alta e baixa Idade Média eram quase diárias as idas e vindas do palácio do Latrão (e residência oficial dos papas) à catedral de São Pedro. Essas procissões eram sempre feitas por um caminho direto.


•     Em 1486, o bispo-mestre-de-cerimônias-pontifícias, John Burchard, escreveu que Inocêncio VIII "na ida e na volta passou casualmente por aquela rua onde está localizada a estátua da papisa Joana como sinal de que João VTI Anglicus lá deu à luz uma criança. É por este motivo que não é permitido mais aos papas passar lá a cavalo" (John Burchard; "Liber Notarum"; em "Rerum Ibalicarum Scriptores"; Ed. L. A. Muratori).
  
•     Outro fato importante foi à existência de uma cadeira com um buraco no assento, que foi usada nas cerimônias da consagração papal, exatamente a partir do ano 857, data da morte da Papisa, até ao século XIX.
 
 O recém-eleito era ali sentado e procedia-se a um exame palpável para se determinar se havia testículos, a masculinidade, na versão da Igreja era uma cadeira para o pontífice se aliviar de suas necessidades fisiológicas.
 
•     Foi um monge irlandês, Marianus Scotus (1028-1086) que escreveu, primeiro, a vida da papisa Joana. Esse monge irlandês passou os últimos 17 anos de sua vida na abadia de Mainz, a mesma cidade alemã que cerca de 200 anos antes, viu nascer Joana. Marianus escreveu "História sui temporis clara'', que podemos encontrar em "Rerum Germanicarum Scriptores aliquot insignes", na edição de J. Pistorius, do ano de 1725.

Referindo-se ao ano de 854, Marianus escreve: “o papa Leão morreu  e foi sucedido por Joana, uma mulher, que reinou durante dois anos, cinco meses e quatro dias".

•     Outro historiador que fala da papisa Joana é Otto, bispo de Frisingen (Alemanha), parente dos imperadores do sagrado romano império, que morreu em 1258 depois de ter escrito sete livros de Crônicas.

“Há uma interrogação a respeito de um certo papa, ou melhor, papisa, que não é incluído na lista dos papas de Roma porque era uma mulher que se disfarçava de homem. Um dia, quando montava a cavalo, deu à luz uma criança”.


•     Outro historiador que fala da papisa Joana é Gotfrid de Viterbo, capelão e secretário da Corte Imperial que escreveu no "Pantheon", no ano 1185, a seguinte observação: "Joana, a papisa, não é contada depois de Leão IV".


•     Também o dominicano; Jean de Mailly, de Metz (França), que escreveu "Chronica Universalis Mettensis" no ano de 1250. Escrevendo sobre os acontecimentos do ano de 1099, diz:   "Há uma interrogação a respeito de um certo papa, ou melhor, papisa, que não é incluído na lista dos papas de Roma porque era uma mulher que se disfarçava de homem e a motivo de seus grandes talentos tornou-se secretário curial, cardeal e papa. Um dia, quando montava a cavalo, deu à luz uma criança".


De fato, ao longo da historia diversas mulheres se travestiram de homens, por diversos motivos, nos jogos Olímpicos da antiguidade, por exemplo, como era vedado as mulheres participarem, e para não terem certeza que só homens participarem, os competidores ficavam nus durante as provas.
Na maçonaria, o rito de iniciação é feito com um lado da camisa rasgado, de forma a aparecer o peito do novato, pois não é permitida a entrada de mulheres nas lojas maçônicas, como irmãos somente os homens.
 

No caso da Igreja, na Idade Media, as mulheres eram consideradas pecadores, sem almas e sem inteligência. O poder e as ordens vinham do homem, e a mulher deveria ser vista como personificação de Eva, do satanás, da culpada pela desgraça do homem. Por isso é plausível que mulheres se disfarçaram de homens para fugir da difícil e bruta  realidade que as assolavam.
 
 

sábado, 13 de abril de 2013

SÓCRATES, SAINDO DA CAVERNA

Primeiramente faremos algumas indagações, o que é a verdade? O que é a real? O que é sabedoria? O que é conhecimento? Como ter certeza que algo que nos é contado, realmente foi o que aconteceu?
Essas perguntas não são novas, há mais de 2500 anos, um filósofo as fazia, partindo do questionamento de tudo, para a partir daí tecer suas conclusões, seu nome SÓCRATES, um dos maiores pensadores que já existiu.

O que fazia de Sócrates um sábio era exatamente ele admitir que não o era, o famoso “só sei que nada sei” e também o nosce te ipsum (conheça-te a ti mesmo) inscrição que estava no Oráculo de Delfos.
 Sendo que primeiro devemos nos auto conhecer, a partir daí partirmos para o conhecimento exterior e nos aprofundar nesse saber.
Como não deixou nenhum documento escrito, um de seus ilustres discípulos, Platão, simula no livro A República, um diálogo entre o mestre, Sócrates e um discípulo, Glauco, nessa conversa surge talvez a maior parábola já escrita, ...O mito da caverna, o qual remete a questões sobre conhecimento, liberdade, ignorância e aprendizado. 

Sócrates faz Glauco imaginar prisioneiros no interior de uma caverna escura, os quais estão acorrentados pelos braços e pescoço, de forma a só poderem olhar para o fundo da caverna, imóveis.
Na entrada da caverna há uma fogueira, a qual projeta sombras para o fundo, sombras dos vultos das pessoas que transitam pela sua entrada, sendo essa a única visão que os prisioneiros tem, como eles nasceram e sempre foram prisioneiros acorrentados, não se dão conta disso, e acreditam que as sombras e a escuridão da caverna são a realidade.
Glauco acha os prisioneiros muito estranhos, e Sócrates lhe diz que são pessoas como nós, o que causa espanto em Glauco, pois devido a sua condição acham que estão vivendo normalmente suas vidas.
Eis que um prisioneiro consegue se libertar, e caminha, mesmo com medo, para a entrada da caverna, ao se aproximar da saída a luz do sol o cega, momentaneamente, pois como vivia nas trevas, seu corpo precisa de algum tempo de adaptação ao novo.
 
 
 





Consegue perceber então, que fora da caverna havia diversas pessoas, árvores, animais, os quais ao passar próximo a caverna projetava os vultos que até então achava ser a realidade, dá-se conta de que foi um escravo a vida toda, e que a realidade estava do lado de fora da caverna.
Ao voltar e tentar libertar os outros prisioneiros, encontra dificuldades, ninguém acredita em sua visão de realidade, que só poderia estar louco, e que a entrada da caverna danificou sua visão, sendo algo perigoso sair da caverna. Por mais que o liberto os tentasse persuadir e explicar que são prisioneiros vivendo um mundo fictício, os prisioneiros, por sua vez não acreditaram, e devido a sua insistência do liberto, acabam matando-o.
Decodificando as alegorias, as correntes que aprisionam são nossos medos, preconceitos, a maneira habitual a qual vemos o mundo; a escuridão da caverna é a ignorância humana; em contrapartida a Luz que cega o liberto é o conhecimento real das coisas; as sombras projetadas é o mundo que de alguma forma nos foi imposto, e que acreditamos ser o real.
O prisioneiro fica por um tempo cego ao sair da caverna, porque o novo é muito difícil de ser assimilado, ainda mais se sua mente já está fechada, você só tem certezas, nenhuma dúvida. 
Muitas pessoas crescem e ficam satisfeitas com o mundo que lhes fora imposto, por isso há tanta dificuldade de compreender o novo, Einstein resume isso na frase “a ignorância é uma bênção”, Raul Seixas diria “pena que eu não sou burro, não sofreria tanto”.
 Uma vez  liberto, adquirido qualquer tipo de conhecimento, é impossível voltar ao pensamento anterior “uma mente expandida pelo conhecimento, jamais retornará ao seu estado original” - Einstein, vemos isso quando crianças, com estórias sobre papai noel, fada dos dentes, loira do banheiro, homem do saco, coelho pascoa, etc...
Ao crescermos vamos adquirimos gradativamente mais conhecimento, e percebemos que as crenças de outrora, era nos imposto com algumas finalidades, ou entreter ou assustar, ou qualquer outra, e que não passam de alegorias, sombras no fundo da caverna, que ao descobrirmos só sombras, não real, não conseguimos voltar a acreditar.


Voltemos a Sócrates, com seus questionamentos, logo começou a incomodar muitas pessoas, políticos e outras importantes, foi acusado de não acreditar nos costumes e nos deuses gregos;Unir-se a deuses malignos que gostam de destruir as cidades e Corromper jovens com suas idéias, tudo explicitamente com motivos políticos.
Como um homem poderia ensinar de graça e pregar que não se precisavam de professores como eles?. Os acusadores não concordavam com os pensamentos de Sócrates, que dizia que para se acreditar em algo, era preciso verificar se aquilo realmente era verdade.
Sócrates, por não abrir mão de suas convicções, foi condenado e sentenciado a morte, confinado em prisão se segurança mínima, negou-se a fugir, pois acreditava e respeitava as leis, e cumpriu sua sentença bebendo cicuta, líquido mortal.