Vivemos
tempos meio obscuros, mundo de aparências, já amplamente citado no blog. Um
assunto em especial há muito me causa perplexidade, o quão chato ficou o mundo,
o quão nos tornamos uma sociedade da busca incessante pelo politicamente
correto.
O
termo politicamente correto nasceu nos EUA meados da década de 70, com os
direitos civis adquiridos pelas minorias, eis que se espalhou pelo mundo.
Aqui
em terras tupiniquins, com a ascensão da esquerda no poder, aos poucos se criaram patrulhas do politicamente correto, e com o desenvolvimento e aperfeiçoamento
da internet, atualmente existem milhares ou milhões de inquisidores modernos,
pseudo moralistas, que vigiam tudo e todos, muito próximo do BigBrother de GeorgeOrwell, em 1984, onde até o pensamento era vigiado.
Programas
televisivos de enorme sucesso no passado não durariam nem uma semana no ar
atualmente, exemplo os Trapalhões, 4 vagabundos, viviam de dar golpes (estelionatários),
incitavam a violência, racismo, preconceito, entre outros;
Mussum, era chamado de macaco, azulão, era
alcoolatra;
Didi Mocó, constantemente humilhado pela sua
origem nordestina, chamado de cabecinha, paraíba;
Zacarias,
carequinha, por ser caipira, era tido por bobo e inocente, facilmente enganado.
Nas novelas, e minisséries tão populares, nessa onde do correto, o vilão não tem mais profissão, e nem pertence a minorias, pois se assim o for, também será questionado e a emissora terá problemas com os inquisitores.
No futebol também vemos tais absurdos, personagens como Dadá Maravilha, Túlio Maravilha, Viola, Vampeta entre outros, seriam deveras criticados, pois atualmente seriam "polêmicos" e incitariam a violência.
Desenhos
infantis, que fazem sucesso até hoje, são criticados por não serem educativos, como o padrão atual, o Pica Pau dá tiro, facada, engana, atropela, foge da polícia, Tom e Jerry estapeiam-se, um quer matar o outro, só para citar dois dos inúmeros que nos
fizeram dar tantas risadas;
E o
chocolate de cigarrinho? Uma criança, negra, fumando!! Hoje ONGs, Ministério
Publico e outros paladinos, “cortariam a cabeça” de quem veiculou essa
aberração, diriam que as crianças vulneráveis seriam fumantes compulsivas, tal
como acusam filmes e jogos violentos pela violência.
Um
médico australiano chegou a afirmar que Papai Noel é um “pária da saúde
pública”, e seria melhor se ele fosse retratado sem aquela “pança”, sua marca
registrada. Afinal, o bom velhinho é um ícone da garotada, e no mundo atual não
fica bem um barrigão daqueles influenciando as crianças. Papai Noel “sarado”,
eis um típico sinal dos tempos.
Monteiro
Lobato, sim o grande escritor, está sendo postumamente acusado de ser racista.Também querem acabar com o pó de
pirlimpimpim, pra não parecer outro pó. Estão propensos a sumir com a Tia
Nastácia, julgam que estes maus exemplos não contribuiriam para a educação
decente das crianças.
“A Divina Comédia” (Dante Alighieri), pode ser
banida das escolas italianas, uma ONG alega que a obra apresenta elementos antisemitistas
e discriminatórios contra homossexuais, a obra foi escrita com os pensamentos
da época em que Dante viveu (1265-1321);
Luiz
Caldas, cantor de enorme sucesso outrora, teve o corte de 30% do seu cachê,
porque cantou a música “Nega do Cabelo Duro”, que foi taxada como racista pela
Prefeitura de Camaçari, há época do lançamento da música, teve clip no
Fantástico e tudo;
O
Ministério Público Federal em Uberlândia(MG) resolveu ler o dicionário e
encontrou expressões pejorativas e preconceituosas sobre o verbete “cigano”, e
por isso defende o fim da circulação do Dicionário Houaiss ;
No
Canadá a música “Money for Nothing” (Dire Straits) foi banida das transmissões,
por conter gírias consideradas ofensivas;
Livro
do MEC defendeu que se pode falar errado, pois se trata de uma realidade
cultural. Se alguém disser que a pessoa está falando errado, isso será
preconceito linguístico;
Do
outro lado, há enorme pressão em Mauricio de Souza, para que faça alterações na
Turma da Mônica, pois incita violência, preconceito, a Mônica pratica
“bulling”, a Magali e o Cascão têm “desvios comportamentais”, e o falar “elaudo”
do Cebolinha, incomoda bastante;
A França
resolveu proibir o uso da burca e do nigab às mulheres mulçumanas, sob a
alegação de que isso ofende os ideais republicanos do secularismo e da
igualdade de gênero “liberdade,
igualdade e fraternidade”, mas só para o Francês;
Na
cantiga infantil o cravo brigou com a rosa, mudou, a explicação: a briga entre
o cravo - o homem - e a rosa - a mulher - estimula a violência entre os casais.
Na nova letra "o cravo encontrou a rosa debaixo de uma sacada/o cravo
ficou feliz /e a rosa ficou encantada";
A
famosa, vaca amarela, não defeca mais na panela, onde já se viu tamanho mal
exemplo, virou "vaca amarela pulou da janela";
Atirar
o pau no gato então nem pensar;
No
humor então, nomes como Costinha, Ari Toledo, não poderiam contar suas
piadas mais populares com loiras, gays,
negros, gagos, gordos, etc ...
Rafinha
Bastos, que foi execrado por uma piada infantil que todo menino antigamente contava, qual era o cúmulo da pontaria? Comer a grávida e acertar
o bebê, se a piada foi boa ou ruim para a televisão faz parte dos erros e
acertos de um comediante, resultado o
mundo caiu sobre sua cabeça, talvez porque falou sobre uma famosa repercutiu
tanto, o mais engraçado da história, é que muitos levam humoristas a sério e
políticos na brincadeira...
Daqui
a pouco só chamaremos o baixinho ou o anão - popular pintor de roda-pé ou leão
de chácara de baile infantil, lenhador de bonsai- de deficiente vertical.
O
negro - vulgo picolé de asfalto ou bola sete (depende do peso) - só pode ser
chamado de afrodescendente.
O
branquelo - o famoso branco azedo ou Omo total - é um cidadão caucasiano
desprovido de pigmentação mais evidente.
A
mulher feia - aquela que nasceu pelo avesso, a soldado do quinto batalhão de
artilharia pesada, também conhecida como o rascunho do mapa do inferno - é
apenas a dona de um padrão divergente dos preceitos estéticos da
contemporaneidade.
O gordo - outrora conhecido como rolha de
poço, chupeta do baleia, Orca, baleia assassina e bujão - é o cidadão que está
fora do peso ideal.
O magricela não pode ser chamado de morto de
fome, pau de virar tripa e Olívia Palito.
O
careca não é mais o aeroporto de mosquito, tobogã de piolho e pouca telha.
Nas
aulas sobre o barroco mineiro, não poderá mais citar o Aleijadinho, portador de necessidades especiais; também
estórias sobre o neguinho do pastoreio terão que ser readequadas.
Sem
contar que hoje há diversos especialistas em ditar como os próprios pais devem
educar seus filhos, impor limites e ou dizer “não” ou até algumas palmadas, sem excessos claro, é algo
abominável na atualidade, sendo que, com tanta criminalidade, perdem-se tempo
criando leis para o Estado dizer como os pais devem criar suas proles.
Essa
criação vem ao encontro do que acompanhamos diariamente, como diria Cortella, "é
uma geração que confunde desejos com direitos", resultado “crianças mimadas” que
não respeitam nada nem ninguém, que põe o dedo na cara de um professor e diz “meu
pai paga seu salário”.
São os mesmo que
vão dar continuidade a toda essa patrulha ideológica, solidificando mais e mais
nossa atual sociedade politicamente correta e chata pra caramba...
Olá!
ResponderExcluirParabéns pelas postagens mesclando imagens com textos! Postagens neste estilo são bem mais interessantes de ler sem contar que muitas vezes as imagens falam mais que as palavras. Gostei do teu estilo crítico! Voltarei!
Abraços!
*Que tal retirar a confirmação de palavras dos comentários?
Muito obrigado pelo elogio, volte sim, sugestões e críticas são sempre bem vinda, vou ver isso da confirmação, obrigado.
ExcluirMuito bom !
ResponderExcluirSério que esse texto é de 6 anos atrás?
ResponderExcluirEle é mais atual que nunca!
Parabéns!